O café sempre esteve presente no dia a dia da jornalista Tallita Marques, que tem a bebida como obrigatória pelo menos uma vez ao dia. Com o marido e barista, Alan Cavalcanti, ela passou a ter um contato maior com o café, a partir do casamento dos dois. Mas até 2009, a bebida era apenas um motivo para boas conversas em torno de uma mesa em casa ou na rua. Nesse ano, o casal resolveu lançar um jornal local no município do Moreno, no Grande Recife, e a sede do informativo seria uma cafeteria, localizada no centro da cidade. O jornal saiu, mas os dois não tiveram fôlego para implantar o café. O projeto ficou adormecido até 2014, quando o casal retomou a ideia ao decidir dar uma virada na vida profissional. Ela, repórter de TV, queria administrar o próprio tempo para acompanhar mais de perto o crescimento do filho. Ele, administrador público, estava querendo sair da rotina burocrática para algo mais motivador. E o café ressurgiu como uma excelente opção para agregar os dois projetos. Alan procurou se especializar na área. Fez cursos de barista e participou do maior evento de café do país, em Belo Horizonte (MG), como ouvinte.
Daí, veio a ideia de montar o Malakoff Café, com o conceito do slow coffee e especializado nos métodos de preparo artesanal do café. E com sua experiência percebeu que a questão do ponto se torna assim um grande peso na implantação de um negócio, e faz com que o empreendimento encare maiores ou menores dificuldades para se estabelecer. “A localização levou em conta a escassez de propostas do tipo no bairro do Prado. Um bairro muito residencial, mas também de negócios. Estar numa avenida de grande passagem e saída do Recife para o interior, como a Avenida Abdias de Carvalho, também contou muito na hora de escolhermos o local”, comenta Tallita Marques sobre o começo da empreitada.
Foi assim que a jornalista ampliou sua atuação para empresária ao montar com o marido e barista Alan Cavalcanti o Malakoff Café, inicialmente no bairro do Prado e posteriormente avançando para outras regiões. Com o conceito do slow coffee e especializado nos métodos de preparo artesanal da bebida, já expandiu o negócio para uma segunda unidade que funciona no Paço do Frevo, no Bairro do Recife, dividindo a administração do projeto com a irmã Tassiana Marques.
Na nova unidade, aplicam o mesmo conceito da sustentabilidade, de atendimento personalizado e didático que moldou a proposta inicial, na medida do possível. “Por ser um museu, não pudemos fazer muitas interferências. Mas não abrimos mão dos nossos móveis, do balcão e mantivemos o mesmo cardápio”, completa Marques. O trio buscou manter a ambientação pautada na sustentabilidade com móveis restaurados, reaproveitados e reutilizados, que integram com outros elementos característicos do ambiente original a ideia da cafeteria, em uma decoração criatividade que os aproximasse ainda mais com o mundo do café, com o aporte do Mônica Neri Arquitetura.
E assim dão continuidade ao projeto que conta com um cardápio que tem como principal produto o café com mais de 40 tipos, que envolvem inclusive 15 métodos artesanais de preparo da bebida pura. Tudo isso podendo ser acompanhado por comidinhas caseiras e regionais (como cuscuz, tapiocas, bolo de rolo, de tapioca, de cenoura e banana, pães caseiros, dentre outras opções), que funcionam mais como um “cartão de visitas” das possibilidades de harmonização dos cafés.
“Oferecemos a carta mais variada de cafés do Recife. Na nossa especialidade, que são os cafés artesanais, são 15 métodos diferentes de extração. Temos, é claro, o espresso nos padrões italiano e nacional e uma grande variedade preparada com leite, chocolate, leite condensado, mel, biscoito, sorvete. Nos métodos artesanais trabalhamos com o Arte Café Especial, da Fazenda São Gabriel, do Sul de Minas Gerais. Nos cafés que têm como base o espresso, utilizamos o pernambucano especial Yaguara Café, de Taquaritinga do Norte. Temos muita preocupação com a qualidade do café preparado por nós, então, apenas baristas, que são profissionais especialistas no preparo da bebida, fazem os cafés”, ressalta.
Leia também:
